terça-feira, 21 de fevereiro de 2012


Os nossos caminhos cruzaram-se... não sei em que parte da viagem me alcançaste ou se fui eu que tropecei em ti em alguma encruzilhada ou curva do percurso! Não sei em que parte deixaram de haver dois trilhos e passamos a estar no mesmo, lado a lado!

Quando me senti só e cansada, seguraste a minha mão fria e aqueceste-a, sem proferir uma única palavra, mantiveste os olhos fixos no trilho e eu deixei-me também ficar apenas com o calor da tua mão e com a certeza que a solidão não era assim tão real na minha vida. Esse gesto aparentemente simples e não ensaiado deu-me a força necessária para continuar. Por vezes, a solidão levava a melhor sobre as minhas capacidades físicas e o teu silêncio profundo tornava o caminho mais duro... mas, acabei por me habituar à tua simples presença ausente de sons! Quando a exaustão chegava, deixava-te seguir em frente, é certo que tentava não te perder de vista mas caminhavamos efectivamente sós e quando nos voltavamos a encontrar, não precisava de ouvir em palavras que havias sentido saudades do som dos meus passos, tanto quanto eu dos teus! A tua mão apertava a minha com mais calor, com uma maior cumplicidade... Num desses momentos plácidos de encontro e de serenidade, soltaste o teu primeiro sorriso, aquele que havia desenhado na minha imaginação a lápis de cor e com o qual sonhava desde que dei pela tua presença junto de mim. Era um sorriso doce, profundo, intenso, misterioso, franco e terrivelmente triste... sem palavras vi ascender aos teus olhos uma torrente de sentimentos, alguns dos quais, creio que não têm sequer denominação ainda! Uma mistura de felicidade e dor que me enterneceu e me fez acreditar, pela primeira vez, que afinal eras humano e não um qualquer anjo caído, enviado para me amparar na minha caminhada.

Tremi ao imaginar que já tinhamos quebrado todas as barreiras, excepto a do som... sem ter ouvido ainda a melodia da tua voz eu sabia, no mais profundo da minha alma, que te conhecia e que tu me lias como nunca ninguém o conseguiu fazer. Tentei quebrar o silêncio mas o meu carácter inibido e tímido amordaçou-me as palavras e impediu-me de dizer qualquer coisa... O que dizer a alguém que nos conhece e com o qual nunca trocamos palavras? que me conhece tão bem, ou melhor, quanto aqueles poucos a quem dei uma livre premissão, plena, de entrada na minha vida e no mais recôndido do meu ser. Sorriste novamente, como se tivesses ouvido ou visto nos meus olhos as minhas dúvidas e indecisões... rompeu-se então o silêncio de séculos numa conversa banal de quotidiano, de partilha e seguimos caminho de mãos dadas e olhos postos nos olhos...

e a tua voz era ainda mais melodiosa que a que havia imaginado nos meus pensamentos...
É EM VC QUE ME ENCONTRO TE AMO MUITOOOO

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