terça-feira, 5 de janeiro de 2010


As palavras insistem em gritar diante de tanta emoção. Mas acabo sendo coagida, na minha necessidade de expansão. Queria tanto te dizer, ao te olhar, o que sempre engasgo mediante tantas palavras que insignificantes se tornam ao tentar te descrever. Não que o nosso digníssimo idioma não seja composto de adjetivos suficientes para te classificar. Mas admito que as palavras me fogem ao te ver me olhar, me admirar, me valorizar. Fico muda diante de tudo que escapa do teu corpo em pleno silêncio de tua boca. É como se conversássemos através da vibração em uma mesma frequência. Sinto como se tudo estivesse há tanto tempo pré-estabelecido, esquecido de nossas mentes, pela necessidade de outrora, mas que hoje tenha urgência de permanecer. Assim como a felicidade, que decidiu nos visitar por um tempo e viu local perfeito para fazer morada. Talvez pela forma como a tenhamos recebido, a fez sentir confortável, segura. Notei a forma como ela nos observava e percebi o quanto valoriza o que temos de melhor: nosso amor não exige grandes mobilizações. Ele faz transparecer o que possui de singular, em pleno domingo chuvoso onde nada se espera e ninguém nos observa. Inegável o efeito de tuas mãos nas minhas ou de teu cheiro às minhas reações. Me sinto manipulada diante das estratégias que teu corpo possui para me envolver. De forma tal, acabo por me entregar às tuas vontades inesgotáveis que sempre são guiadas pelos meus impulsos sem fim.

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