terça-feira, 5 de janeiro de 2010



Se eu pudesse entrar em seu pensamento
e você no meu cérebro;
se fosse possível entrelaçarmo-nos
até as entranhas mais profundas,
misturando nossas mentes
em nossos corpos,
até eu entrar na sua tela
e você no meu poema...

Se eu fosse seu pincel
e você meu pensamento;
se eu fosse seu sentimento
e você o meu papel...

Se eu fosse sua pintura
e você o meu poema;
se eu fosse seu modelo
e você a minha rima...

Subiríamos no brilho da noite
fazendo cócegas nas estrelas.

Seríamos um encontro de astros
na paz da imensidão
e, como púrpuras, as estrelas
nos festejariam na amplidão.

Seríamos poema e pintura;
seríamos beleza e ternura.

Seria você o Sol, seria eu a Lua
e, numa dependência quase universal,
você seria o dia, seria eu a noite.

Respeitando nossas potencialidades
e valores
brilharíamos ambos num só Cosmo.

Nossos beijos seriam infinitos
ao amanhecer
e, embora contidos um no outro,
só nos abraçaríamos infindavelmente
ao entardecer.

Sussurraria no ouvido do universo
a mulher que sou
e você despejaria no corpo da natureza
o esperma da vida.

Viveríamos em êxtase de sol
no céu e na flor
e, na boca do luar,
procriaríamos a paz
no ritmo universal do amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário